sábado, 10 de maio de 2008

TÁTICA VOLEI

1 TÁTICA DEFENSIVA
1.1 Filosofia de Defesa

- Na defesa, os jogadores se colocam e se deslocam sobre a quadra com o objetivo de neutralizai os ataques adversários criando condições de contra-atacar.
- Existem dispositivos táticos distintos para a recepção de saques e para a defesa de ataques dos cortadores adversários.
- As ações de defesa se realizam, na maior pane das vezes, sem bola.
- A utilização dos esquemas táticos e emprego das combinações táticas na defesa dependem da qualidade da preparação da bola na quadra adversária.

1.2 Enquanto a bola esta na quadra contraria as seguintes fases são importantes

- A percepção da situação de jogo.
- A solução mental e escolha dos meios para dominar cada situação.
- A resposta motriz.
- A primeira fase representa informações pertinentes ao adversário.
Deve ser avaliado:

A) A QUALIDADE DO PRIMEIRO PASSE

- Altura e direção em relação ao levantador.

B) LEVANTADOR

- Na rede ou infiltrando;
- Direção que deverá efetuar o levantamento;
- Posição do seu corpo em relação à rede;
- Características em função daquela situação;
- Tipo de levantamento: Alto, Velocidade, Distante da rede.

C) ATACANTE

- Posição de ataque na rede;
- Direção de deslocamento;
- Tipo de ataque;
- Direção do ataque;
- Característica particular.

A segunda fase analisa globalmente as situações de jogo e decisão.

A terceira fase corresponde à execução motora.

1.3 Sistema Defensivo
1.3.1 Características

- A defesa exige grandes qualidades de percepção e uma atitude positiva para o contra-ataque;
- Para a equipe é importante uma defesa equilibrada em função das habilidades individuais dos seus jogadores;
- É necessário e possível utilizar os jogadores em função do seu potencial através de trocas.
 Determinando sua posição em função do potencial de defesa.
 Familiarizando com as posições de defesa e ataque.
- É importante fazer o jogador conhecer e guardar informações sobre a equipe adversária, principalmente as posições possíveis de ataque, sobre o ângulo de ataque, sobre a capacidade do levantador e dos atacantes adversários.


1.3.2 Tática básica

Dentro do seu raio de ação, ocupar área não coberta pelo bloqueio, avaliando e se antecipando ao ponto de queda provável do ataque.
As ações de Tática Coletiva Defensiva estão, para sua eficácia, baseadas nas possibilidades:

- Das armações para recepção de saques;
- Das armações para bloqueio e defesa;
- Das armações para cobertura de ataque; e
- Dos sistemas para emprego do bloqueio.















2 ARMAÇÃO PARA RECEPÇÃO DE SAQUE

Armação para recepção de saque é um dispositivo de tática coletiva defensiva adotado por uma equipe com objetivo de definir áreas de responsabilidades para os atletas no momento da realização do saque adversário, buscando neutralizá-lo e facilitar as combinações de ataque e suas coberturas.

Dependendo do número de atletas que eventualmente participem da recepção as armações poderão ser denominadas: Recepção com 5, 4, 3 ou 2 atletas. Muitas equipes adoçam número diferenciado de atletas em posições distintas ou mesmo em uma mesma posição de acordo com saque adversário.


Em função do tipo de dispositivo adotado as armações também podem ser designadas como: Armação em W, em semi-círculo, rasa, profunda, inclinada para a direita ou esquerda, nomenclatura muito usada pelos americanos.




É comum acontecer que com o mesmo número de atletas na recepção equipes diversas utilizem armações em tipos diferenciados.

O Treinador deverá estudar detalhado e minuciosamente o adversário e sua própria equipe para melhor estabelecer o posicionamento de seus atletas na quadra para as seis posições possíveis.



2.1 Sistema de Recepção

Sistema de recepção estará, nas suas armações possíveis, intimamente relacionado com a qualidade apresentada pelos atletas de uma equipe no domínio do fundamento básico para a recepção - a manchete.

A falta de atletas qualificados ou a escolha indevida das peças que formarão o sistema, certamente conduzirão a equipe ao fracasso.

Nas equipes de alto nível não basta somente escolher os melhores passadores, mas sim aqueles que na execução do fundamento apresentem índices de perfeição.

Estatísticas fornecidas pela F.I.V.B. mostrou que nas competições mundiais (Campeonatos Mundiais, Jogos Olímpicos, Liga Mundial) as equipes vencedoras sempre apresentaram percentuais de eficácia na recepção acima de 68% e de erros abaixo de 5%. Estes são bons índices a serem estabelecidos como parâmetros para atletas de alto nível e os treinadores deverão preparar seus passadores para suplantá-los.

Selecionados os atletas que atendam aos índices estabelecidos para o nível da equipe (ao selecionar atleta para formar uma equipe o treinador não poderá esquecer o equilíbrio nas ações ofensivas e defensivas fundamental para o êxito de seu trabalho). O treinador para decidir pelo sistema de recepção a ser adotado, deverá considerar:

- O número de atletas qualificados para o Passe: (dentro dos índices estabelecidos análise técnico-tática)
- As características dos atletas em função do ataque: ataque de ponta meio, saída ou fundo; ataque de 1º tempo de 2° tempo, bolas altas, etc.; atacante ecléticos (possibilidades múltiplas no ataque, versáteis).
- As combinações de ataque possíveis e que pretenda realizar: (características dos atletas e posições que deverão ocupar na quadra)
- Características dos saques adversários: (tipos de saques, características e posição ocupada pelo sacador)

Dentro do sistema de recepção analisando posição por posição será possível ao treinador estabelecer as armações para recepção que mais se identifiquem com cada uma das seis situações distintas que a equipe deverá enfrentar. Não deverá esquecer dispositivos alternativos para cada posição que poderão ser, estratégica ou taticamente, utilizados face a diferentes adversários ou situações emergenciais dentro de um jogo.

Convém atentar para algumas medidas táticas que poderão aumentar a eficácia das combinações de ataque e armações de recepções, como:

- Flexibilidade nas armações de recepção que permitam agilizar mudanças com segurança;
- Se possível, não utilizar jogadores de 1º tempo, quando na rede, em bolas profundas a não ser que outro jogador de ataque possa cumprir sua tarefa;
- Atacantes de fundo deverão, se possível, serem protegidos para maior eficácia de ataque em pontos distintos da quadra;
- Buscar as trajetórias mais curtas e objetivas para os levantadores na infiltração; e
- Usar combinações de ataque coerentes com as armações para recepção e característica de ataque de seus atletas.

2.2 Alguns exemplos de armações para recepção no 5 x 1
2.2.1 Recepção com cinco atletas

Armação pouco utilizada a não ser por algumas equipes femininas mas que se bem estruturadas poderá causar algumas dificuldades para o adversário.



3 ARMAÇÕES PARA DEFESA E BLOQUEIO

O Voleibol moderno exige um perfeito entrosamento entre bloqueadores e defensores de campo, para a defesa de ataques adversários. Todo posicionamento dos jogadores de defesa será ditado pelo tipo de bloqueio, sua eficácia, número de bloqueadores, características do adversário, etc.

Toda estruturação de um sistema defensivo dependerá entretanto de cada uma de suas peças fundamentais - O HOMEM. Ele deverá ter a sensibilidade e velocidade de raciocínio necessários para dentro dos esquemas táticos coletivos estabelecidos, buscar a solução de tática individual mais adequadas a situação que se apresente.

Existem três formações básicas para bloqueio e defesa:

- Armação 3.1.2., centro avançado ou cobertura imediata;
- Armação 3.2.1., centro recuado ou cobertura à distância;
- Armação com centro intermediário.

As designações acima referem-se ao posicionamento inicial de defesa.


O dispositivo final de defesa será sempre função do número de bloqueadores, áreas cobertas pelo bloqueio, características do adversário, combinações ofensivas do adversário, etc.

A armação 3.1.2. tem como característica básica a designação de um jogador (posição 6) para a cobertura de todas as ações de bloqueio, podendo portanto em muitos momentos a contribuição de um defensor para ataques diretos do adversário.

A armação 3.2.1. no seu dispositivo final apresenta a característica de utilizar todos os jogadores que não tomam parte no bloqueio como defensores sem estabelecer a responsabilidade especifica, a um deles, de proteção ao bloqueio e utiliza entretanto os jogadores das posições 1, 5 e o atacante que não tomar parte no bloqueio como responsáveis Lambem pela cobertura conforme a posição ataque. Neste caso existirão dois jogadores com função dupla defender ou cobrir o bloqueio (COBERTURA À DISTÂNCIA)


A armação para bloqueio e defesa com centro intermediário é um misto das duas anteriores. O jogador que ocupa a posição 6 será o responsável pela decisão de, no momento do ataque adversário, adotar a armação de centro avançado ou recuado, de acordo com a ação do ataque adversário. Este tipo de armação de difícil execução apresentará, portanto as qualidades das duas outras.

Há treinadores que se utilizam de características de diferentes tipos de armações na solução de problemas específicos de suas equipes criando armações defensivas combinadas ou mistas. Como exemplos podem citar:

- Centro recuado com cobertura mediada pelo correspondente;
- Centro recuado com cobertura pelo jogador que sobre no bloqueio;
- Centro avançado com dupla cobertura, etc.



Cada treinador deverá procurar o esquema que mais se adapte as condições do seu grupo e as características do adversário.

O êxito de defesa, entretanto, estará intimamente relacionado com a sensibilidade do treinador na correta análise do adversário, na estratégia a ser adotada e na preparação de sua equipe para o jogo. O jogador deverá guardar a disciplina tática estabelecida para o jogo e na partida ser capaz de uma análise tática das situações que se apresentem tomar decisões a tempo e ter o domínio técnico suficiente para sua ação motriz.

Não se pode esquecer que Voleibol é um jogo de equipe.

4 COBERTURA DE ATAQUE

É uma ação de tática coletiva defensiva que visa recuperar as bolas interceptadas pelo bloqueio adversário, nos ataques ou contra-ataques. A sua importância varia com a eficácia do bloqueio adversário.

Sua organização está ligada as armações para recepção (ataque) e as armações para bloqueio e defesa (contra-ataque). Seu dispositivo básico consiste em formar dois semi-círculos de proteção ao atacante. Todos os jogadores que não participem do ataque deverão ser utilizados.

O número de jogadores em cada semi-círculo depende dos atletas disponíveis e tipo de ataque realizado. A cobertura de ataque recebe a denominação de acordo com o número de atletas por semi-círculo (3.2, 2.2, 2.1, 1.4, etc).

Há casos em que o dispositivo de cobertura não pode ser definido em função de algumas situações especiais ou do grande número de atacantes envolvidos na ação de ataque (principalmente ataques rápidos). Neste caso adotam uma proteção livre (seus esquemas) em que os jogadores que tiverem possibilidades participarão de cobertura.

Chamamos primeiro semi-círculo de proteção de cobertura imediata (A) e o segundo de cobertura à distância (B).

5 SISTEMAS DE BLOQUEIO

Há muito o bloqueio coletivo deixou de ser uma ação organizada simples para enfrentar ataques altos. Hoje, mais que nunca, a ação efetiva dos bloqueios é uma necessidade, não só para deter os ataques adversários, mas como orientador de todo sistema de defesa de uma equipe.

Os ataques ultra rápidos com utilização de dois jogadores na primeira bola ou na segunda, ataques de fundo e todos os tipos sofisticados de combinações de ataque obrigaram aos "experts" a repensarem como empregar o bloqueio coletivamente.

Os sistemas de bloqueio criados possibilitam ao treinador fazer frente a diferentes situações no correr de um jogo.

5.1 Sistemas de Bloqueio

Os principais sistemas utilizados são:

- Sistema de bloqueio duplo.
- Sistema de bloqueio triplo.
- Sistema Homem/Homem.
- Sistema de leitura (read)
- Sistema de neutralização de 1ª bola (commit)
- Sistema de coluna com troca (stack - switch)

5.1.1 Sistema de Bloqueio Duplo

- Usado principalmente nos jogos em que pela velocidade do ataque contrário não permite ação mais efetivas.
- Usado quando um dos atacantes não é bom bloqueador.

5.1.2 Sistema de Bloqueio Triplo
- Usados contra ataques lentos.
- Usado contra ataques definidos pela situação de jogo.

5.1.3 Sistema Homem/Homem

- Cada bloqueador com um atacante.
- Bloqueador deverá concentrar-se no seu atacante e como 2ª ação auxiliar outro bloqueador.
- Deverá ter atenção especial ao movimento do atacante.
- Usado quando não há cruzamento.

5.1.4 Sistema de Leitura (READ)

- Atenção para não acompanhar as fintas.
- Acompanhar jogador e bola.
- Esperar a decisão do levantador.
- Atenção a posição de corpo do levantador.
- Ler e interpretar a situação.